A manhã despe-se à minha volta. Uma nesga de sol se espreguiça no balouçar da cortina, tentando talvez aquecer o frio de uma ternura, que não se faz esquecida, mesmo no cansaço do olhar.
O calendário anuncia mais um dia..Há no peito um sentimento que farfalha, ignorando todas as estações. Na brisa do amanhecer, uma esperança qualquer, que não se despede do meu olhar, embora todas as impossibilidades acenem nãos e senões.
Em algum lugar dentro de mim, ainda mora um sonho, como se sobrevivesse para escrever outra vez, capítulos da minha história lavrada pela eloquência da realidade e pelos ditames da razão.
Não me chega o tempo da quietude. Deserdaram-me a serenidade e a pretensa calmaria, tão anunciada com o advento da tal maturidade...
os meus passos nunca reconheceram o caminho que apenas impõe o seguir em frente. Já nem sei, se chegar era meu objectivo primeiro..
O que há e o que se faz, quando se cruza a linha de chegada? Empilha-se mais um troféu na prateleira das nossas conquistas? Onde ficam as tantas pequenas vitórias que se saboreiam no decorrer de cada percurso, mesmo quando não se vence, se nos ensinaram que apenas é ganhador aquele que chega primeiro?..
Como relatar ao mundo, o momento que me detive a observar apenas o acariciar do vento nas pétalas de uma flor? ..
Como contabilizar isto em perda de tempo, se nem sequer imaginam os arrepios do meu olhar ou os sorrisos de prazer que aquela imagem me propiciou? Talvez, me acusem de distraída e inadequada ao momento, que exigia que eu apenas continuasse e que subisse ao pódio. ..
Era isto que esperavam de mim: vencer. Outros ainda dirão que estou fora do padrão estabelecido pelas regras da sobrevivência. ..
Ah, neste aspecto errei a vida inteira. Pequei sempre, quando preferi não tropeçar no meu sentir
e escutei o pulsar do meu coração, não somente para conferir que eu vivia. Sempre fui amadora nestes rituais, em que se sacrificam as emoções. Onde há normalidade, quando se põe amarras no peito, calando o som de uma carícia?
Nunca compreendi histórias lineares, reacções exactas ou gestos estudados.,,
Tentei..aprender a disfarçar a minha insegurança..
Em quase todas as tentativas neste sentido, falhei. Talvez por isto, me tenha desencontrado tantas vezes de outras tantas pessoas..
Nunca amordacei as minhas saudades, nem o meu romantismo à flor da pele...sempre despi as minhas máscaras, porque era em outro olhar, que eu desejava também encontrar-me e reconhecer-me...
Mas o meu olhar despido muitas vezes causou estranheza e constrangimento.. Muitas vezes indiferença e tolos julgamentos..
As minhas palavras nunca souberam esconder o segredo de um amor, quando me habitava o corpo, a alma, o sonho. ..
Nunca entendi, o porquê da grande maioria das pessoas entulharem tantos nós no coração. Se ainda fosse o pronome pessoal, mas não! Falo dos fios e, em alguns casos de verdadeiras cordas com amarrações complexas, que nem as próprias mãos sabem ou se dispõem a desatar. E eu, com esta mania esquisita de falar do que sinto pelos lábios, mãos e olhares. E eu, com esta forma estranha de dar reconhecimento do que sinto e por quem sinto. Sempre foi inútil querer calar as minhas confissões, mesmo se questionada sobre a certeza de um amor. Como se o amor tivesse que ser testado, discutido, dimensionado, adverbalizado e não apenas sentido...
Talvez seja por isto que..que grande parte de nós nao sabe sequer o que é viver um grande amor. A noção mais próxima deste sentimento fica esquecida nos livros de histórias que nos contam, como as vividas por , Tristão e Isolda e tantas outras ou nos livros de poemas que lemos no decorrer de nossas vidas...
De uma forma ou de outra, a expressão do que sinto está desajeitada a este mundo. A minha essência é mesmo desnuda ..Coração exposto e sem labirintos. Ainda prefiro a minha ternura ridícula , um perfume de saudade ,a minha voz entregue ás estrelas, do que viver desabitada de mim mesma.
O calendário anuncia mais um dia..Há no peito um sentimento que farfalha, ignorando todas as estações. Na brisa do amanhecer, uma esperança qualquer, que não se despede do meu olhar, embora todas as impossibilidades acenem nãos e senões.
Em algum lugar dentro de mim, ainda mora um sonho, como se sobrevivesse para escrever outra vez, capítulos da minha história lavrada pela eloquência da realidade e pelos ditames da razão.
Não me chega o tempo da quietude. Deserdaram-me a serenidade e a pretensa calmaria, tão anunciada com o advento da tal maturidade...
os meus passos nunca reconheceram o caminho que apenas impõe o seguir em frente. Já nem sei, se chegar era meu objectivo primeiro..
O que há e o que se faz, quando se cruza a linha de chegada? Empilha-se mais um troféu na prateleira das nossas conquistas? Onde ficam as tantas pequenas vitórias que se saboreiam no decorrer de cada percurso, mesmo quando não se vence, se nos ensinaram que apenas é ganhador aquele que chega primeiro?..
Como relatar ao mundo, o momento que me detive a observar apenas o acariciar do vento nas pétalas de uma flor? ..
Como contabilizar isto em perda de tempo, se nem sequer imaginam os arrepios do meu olhar ou os sorrisos de prazer que aquela imagem me propiciou? Talvez, me acusem de distraída e inadequada ao momento, que exigia que eu apenas continuasse e que subisse ao pódio. ..
Era isto que esperavam de mim: vencer. Outros ainda dirão que estou fora do padrão estabelecido pelas regras da sobrevivência. ..
Ah, neste aspecto errei a vida inteira. Pequei sempre, quando preferi não tropeçar no meu sentir
e escutei o pulsar do meu coração, não somente para conferir que eu vivia. Sempre fui amadora nestes rituais, em que se sacrificam as emoções. Onde há normalidade, quando se põe amarras no peito, calando o som de uma carícia?
Nunca compreendi histórias lineares, reacções exactas ou gestos estudados.,,
Tentei..aprender a disfarçar a minha insegurança..
Em quase todas as tentativas neste sentido, falhei. Talvez por isto, me tenha desencontrado tantas vezes de outras tantas pessoas..
Nunca amordacei as minhas saudades, nem o meu romantismo à flor da pele...sempre despi as minhas máscaras, porque era em outro olhar, que eu desejava também encontrar-me e reconhecer-me...
Mas o meu olhar despido muitas vezes causou estranheza e constrangimento.. Muitas vezes indiferença e tolos julgamentos..
As minhas palavras nunca souberam esconder o segredo de um amor, quando me habitava o corpo, a alma, o sonho. ..
Nunca entendi, o porquê da grande maioria das pessoas entulharem tantos nós no coração. Se ainda fosse o pronome pessoal, mas não! Falo dos fios e, em alguns casos de verdadeiras cordas com amarrações complexas, que nem as próprias mãos sabem ou se dispõem a desatar. E eu, com esta mania esquisita de falar do que sinto pelos lábios, mãos e olhares. E eu, com esta forma estranha de dar reconhecimento do que sinto e por quem sinto. Sempre foi inútil querer calar as minhas confissões, mesmo se questionada sobre a certeza de um amor. Como se o amor tivesse que ser testado, discutido, dimensionado, adverbalizado e não apenas sentido...
Talvez seja por isto que..que grande parte de nós nao sabe sequer o que é viver um grande amor. A noção mais próxima deste sentimento fica esquecida nos livros de histórias que nos contam, como as vividas por , Tristão e Isolda e tantas outras ou nos livros de poemas que lemos no decorrer de nossas vidas...
De uma forma ou de outra, a expressão do que sinto está desajeitada a este mundo. A minha essência é mesmo desnuda ..Coração exposto e sem labirintos. Ainda prefiro a minha ternura ridícula , um perfume de saudade ,a minha voz entregue ás estrelas, do que viver desabitada de mim mesma.
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