No interior das minhas mãos guardo a maresia do teu olhar... E porque o mar precede o tempo de amar Há um lugar de sal na minha pele depois Das tuas mãos...

sábado, 14 de agosto de 2010

A noite passada

A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti "então porque não voas?"
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste

A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos

A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho "Olá"
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste".


sergio godinho

Era de noite.. e...


noite...



À noite aparecer junto à vertigem da lua

- nocturnamente à espera dos girassóis -

como se no teu olhar um naufrágio respirasse

o ritmo lilás das falésias-asas-de-borboletas...



À noite desenrolar o cansaço da bruma

- maritimamente à espera dos pólens -

como se nos teus passos um grito tacteasse

o sono azul dos corais-gestos-de-maresia...



E à noite demorar na arritmia das estrelas

- inteiramente à espera das estações -

como se nas tuas mãos este sonho acordasse...



E rituais-de-cores explodissem no sal da minha pele...

Porque..porque....


«Há que fazer-nos ao mar antes que sequem os rios»



Porque no último silêncio do mar

habita um prelúdio de maresia



E uma pedra lisa que canta o amor.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

FANATISMO


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

«Tudo no mundo é frágil, tudo passa...»
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...»

domingo, 3 de janeiro de 2010

Não posso adiar o amor


Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

Ausência


Eu deixarei que morra
em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Falta-me o mar...


À tarde, posso ver o horizonte aqui da janela..A sua linha delineando o céu e a terra..Só não posso ver o mar. Acho que o mar é a minha grande ausência. Há dias que eu gostaria de ver navios ancorando, ver pescadores lançar redes a partir das embarcações primitivas e a água a bater na areia impulsionada pelo coração do mar. Sinto falta dessa coisa fluída. Desse marulhar a envolver a minha alma... sinto falta de uma bolha d’água que me sirva de abrigo..Mas, apesar das inúmeras ausências existentes em mim, não tenho ausência de pensamentos. E o meu pensamento lança âncoras ao mar. Nesse instante ele mergulha nas profundezas dos abismos líquidos e traz à tona os pequenos tesouros esquecidos no fundo do meu mar. Do meu oceano interior, tão particularmente navegável!..Há horas que navegar é preciso e viver não é preciso. Ah, Fernando Pessoa, quem me dera eu tivesse essa simplicidade para adivinhar as coisas! E intuísse o destino do mar, e o capricho das ondas espumantes. Mas fico aqui a acumular informações que são transformadas em saberes que não levam a nada e até me fazem perder a ternura, não fosse a poesia que me alerta num tom meigo e aconchegante: "Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar. Sábio é o que adivinha".Eu queria adivinhar. Queria adivinhar a flor da violeta que ganhei e o porquê dela ter aceite viver num vaso de de dez centímetros, tão espremida e tão florida!..Por que será que esprememos a amor..? Aqueles que já passaram a noite numa cama de solteiro sabem o que é isso. O amor aceita qualquer espaço. Por menor que seja. E adapata-se e ainda produz flores..E ..eu aqui..expondo a flor à luminosidade do sol para que não morra e continue a exprimir "eu-te-amos" e "eu-te-queros" num silêncio de planta quase artificial que esteve exposta numa prateleira de supermercado, longe, muito longe do mar.....E.. eu, perdida em meus naufrágios. Naufrágios de mim mesma. E apesar de todo sal na boca, ainda pulsa em mim esta insistente reserva de afecto. Essa insistente vontade de plantar árvores aladas que cresçam até a janela do meu quarto e me saúdem pela manhã com suas flores cor-de-rosa..As árvores são espectros de mim. Sou formada por muitas vidas. Uma delas é um vegetal que sangra raízes pelos veios tintos da terra até chegar ao mar. O próprio mar ausente que me traz à janela para fumar um cigarro imaginário (porque também não fumo) mas às vezes sinto falta do vício que tive.. Isso seria também uma ausência?Ah, como é bela esta vida tremulando aqui na minha frente!Daqui não posso ver o mar, mas a minha alma está quase a escapar-se para rolar na areia sob a brisa suave da manhã. E como diria Dostoievski: "A vida exterior só serve para despertar-nos o que existe nas profundezas..." E a minha profundeza é um oceano reflectido neste olhar de mar roubado, nesta minha lágrima com gosto de sal...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sinto.. falta de mim






Esta noite volta a chover
Pingos fartos e barulhentos
Num toque-toque a bater cá dentro
Despertando um afogueado sentimento
A saudade grita, fazendo um alarido
Atraiçoando os meus lábios ressequidos
Pondo a baila os meus desejos embutidos
Formigam em combustão; atrevidos
Entro no meu quarto vazio
Fecho as janelas sombrias; receosa
Desço as cortinas, e a solidão invade-me
Olho ao meu redor e sinto-me covarde
Desafiando o meu medo incrustado…
Desligo as luzes, olho o telhado
Um passo aqui, outro acolá
Meio perdida, procurando encontrar-me
Abalroo nas paredes frias, e sombrias
Húmidas, pelo desalento da vida
Sinto frio, sinto-me oca e isolada
Sento-me na cama, e vejo-me derrotada
Envolvida numa falsa quimera
Sinto a ausência da primavera
Do perfume das flores do campo...
Das borboletas, dos pirilampos
Da passarada a chilrear nos arvoredos
Da ausência de um sorriso afectuoso
Sinto a ausência da vida; enfim…
Sinto a ausência de mim.

MÁGOAS....


Mágoas minhas
Muito minhas
Dor profunda
que se aninha
que se fecunda
na doce ilusão
da ilusão doce!

A PAZ!!!
Que me aniquila...
que me abate!
A LIBERDADE!!!

Que me suga...
que me acaba!!!
O AMOR!!!
Porque não se termina
porque não se elimina
e me restitue
a doce ilusão...
da ilusão doce
da minha vida?
A VIDA!!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Entrelaço a dor e a tristeza


Nenhuma voz me responde
No silêncio desta noite
Murmuram em meus olhos
O afago das tuas confissões
A doçura indelével dos teus lábios
Quando apenas dizes o meu nome
Deito-me ao pé de mim
Envolta por uma solidão imensa
No desconsolo desta noite vazia
Esta que é minha única verdade
E apenas meu abraço possível

Ouço uma canção.. Notas dissonantes no incerto olhar
Um horizonte de indagações
Embala-se no mais profundo de mim
Meus passos a darem volta
No ritmo desta saudade
Que canta o mesmo refrão
Ecoando a tua falta
Entrelaço a dor e a tristeza
No tear dos meus olhos
Tecendo a tua ausência
Em cada fio de lágrima
Um pranto silencioso
Bordando a minha face

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Encontrar-me-ei ..???


Cintilarão estrelas na noite, por mim?

E desenharão elas uma constelação

Que se pareça comigo?

Recordar-me-ão os povos nómadas

Que caminharem por este mar?

Deixarei o vento quente do deserto

Queimar-me a pele,

Derreter os meus sonhos,

Reduzindo a cinzas os meus sentimentos.

Vejo a tua silhueta ao longe, chamando,

Chamando por mim, braços estendidos

Num abraço prometido.

Encontrar-me-ei no fim do deserto?

Estarás no fim da minha caminhada solitária,

Esperando-me purificada dos meus demónios?

Fico sentada na areia...

Deixando a vida passar por mim.

Quando estarei pronta para caminhar

Sobre o mar escaldante

Perseguindo o sonho, a vida que uma vez tive?

O sol põe-se.

As sombras inundam-me.

A tua silhueta permanece... difusa...

Encontrar-me-ei para além de mim?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Quente e suave



Desejo-te...
Desejo sentir o teu rosto no meu,
A tua pele colada á minha,
Desejo...
Desejo abraçar-te e não me sentir perdida,
Perdida na solidão que me consome,
Achar-me um dia.
Anseio pelo teu toque,
Quente e suave...
Cheirar...
Cheirar o teu aroma,
Fresco e calmante...
Lembrar-me...
Lembrar-me de um dia especial,
Que me reconforte um dia.
Anseio por ti,
É inevitável...
Inevitável deixar de me encontrar,
Num ser que tem tanto para dar!
És tu...amor perdido,
Que tento há tanto tempo encontrar!
um beijo... (*)..:)

Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos.

Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos.

Sonhe com aquilo que você quiser.

Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
Clarice Lispector

O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos...""

O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos...""
Ao Meu Amor....
Amo-te nos sonhos que habitam meu coração
Na minha falta de “razão”
No universo, deitando-me contigo em meio as estrelas
Entregando-te mais que o desejo

Ofertando-te minha alma com meus beijos
E mesmo que fingisse não amar-te assim
Ainda haveria em mim
Milhões de motivos para amar-te

Em todas as vidas
Em todas as esferas
Em cada degrau que aja de evolução
Serás sempre a símbolo a fazer-me a união

Aconchegar assim perante Deus
Minha alma com a tua
No final do caminho te esperei
Se por ventura assim tenha que ser .

Amo-te pela eternidade ...

“No fim da ponte te esperarei”.

De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.
Fernando Pessoa
Eu sou feito...
De sonhos interronpidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos.

Sou feito de...
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulção.

Silto falta de...
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci.

Eu sou o...
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por um instante.

Já...
Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-promnetidas.

Muitas vezes eu...
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fuhir, para não enfrentar
sorri para não chorar.

Eu sinto pelas...
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que julguei
coisas que eu falei.

Tenho saudades...
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo.

Mas continuo vivendo e aprendendo!!!
desconhecido

É preciso reviver os sonhos e a certeza de que tudo vai mudar
É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós:
Onde os sentimentos não precisam de motivos e nem os desejos de razão.

Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
Fernando Pesso

Se os sonhos não pudessem criar novos tempos, se a esperança não iluminasse cada amanhecer, se a cada novo dia não pudessemos escrever uma nova história, a vida seria repleta de certezas. Mas, a vida é cheia de incertezas, e é isso que nos estimula a sonhar e a depositar nossas esperanças no amanhã, sabendo que, o hoje é uma fonte inesgotável de possibilidades de ser feliz

Nunca se afaste de seus sonhos. Porque se eles forem, você continuara vivendo, mas terá deixado de existir.
mark Twain

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Seria tão diferente...

Seria tão diferente
se os sonhos de que a gente gosta
não terminassem tão de repente...

Seria tão diferente
se os bons momentos da vida
durassem eternamente...

Seria tão diferente
se a gente de que a gente gosta
gostasse um pouco da gente...

Seria tão diferente
se quando a gente chorasse,
fosse só de contente...

Seria tão diferente,
se a gente que a gente ama
sentisse o que a gente sente...

Mas... é tudo tão diferente...!

Os sonhos de que a gente gosta
terminam tão de repente...
Os bons momentos da vida não duram eternamente...
A gente de quem a gente gosta nem
sempre gosta da gente...
Das vezes que a gente chora, poucas vezes são de contente...
E a gente que a gente ama não sente o mesmo que a gente...

Mas... poderia ser tão diferente...!

Dê-se uma chance de ser diferente...!

Tente, ouse, opte pela Felicidade e aí
será diferente.

Feliz daquele que acredita em seus Sonhos,
pois só assim poderá realizar seus
vôos plenamente...
desconhecido